sexta-feira, 16 de março de 2012

Sete Dias com Marilyn [2011]


(de Simon Curtis. My Week with Marilyn, Reino Unido, 2011) Com Michelle Williams, Eddie Redmayne, Julia Ormond, Kenneth Branagh, Emma Watson, Geraldine Somerville, Judi Dench. Cotação: ***

Marilyn Monroe (1926–1962) é, sem dúvida, uma das figuras mais icônicas do cinema. Ela já nem é mais um simples nome, e sim um símbolo de uma época, do imaginário masculino, de uma nova maneira de atuar, de brincar com a certeza de que todos os homens a desejam e todas as mulheres a tomam como inspiração. O mais impressionante é saber como uma figura desse nível, que representou tanto não só para o cinema, nunca tenha ganhado uma cinebiografia que se preze. Esse “Sete Dias com Marilyn” não chega a ser uma biografia, pois vai acompanhar uma semana de um determinado acontecimento envolvendo nossa querida Marilyn, que não é nem a protagonista única do filme, e sim Colin Clark (Eddie Redmayne), figura real que nunca negou o feitiço que a diva Marilyn o causou quando se conheceram. Ele escreveu dois livros - "My Week with Marilyn" e "The Prince, the Showgirl and Me" – que serviram de material base para o longa.

No filme, Colin está com 23 anos, ainda inexperiente, mas alimentando o sonho de trabalhar com cinema. Ele consegue emprego no escritório de Sir Laurence Olivier (Kenneth Branagh), que está prestes e dirigir e estrelar uma grandiosa produção, na qual terá a deusa Marilyn Monroe (Michelle Williams), fenômeno na época, como seu par. O filme em produção se chama "O Príncipe Encantado", de 1957, e que em sua semana de gravação - ocorrida em Londres - Laurence teve que lidar com o comportamento inseguro de Marilyn. Colin trabalha como terceiro assistente na produção do filme, ficando cada vez mais vislumbrado com o novo mundo, e principalmente, com a presença de Marilyn. Esta, cada vez mais angustiada pela ausência de seu marido, o dramaturgo Arthur Miller (autor de obras como “Morte de um Caixeiro Viajante” e As Bruxas de Salém”), cria uma aproximação com Clarck, convidado por ela a passar um período em sua casa de férias.

Não sei ao certo se serei trucidado por isso, mas particularmente, eu não gostei de todo esse amor pela atuação de Michelle Williams. Pra começar, ela nunca teve nada de Marilyn, e não consigo entender a sua escalação (eu sempre imaginei alguém como Christina Hendricks nesse papel). Tantos enchimentos chegam a incomodar. Ela é bonitinha, boa atriz (adorei sua atuação desafiadora em “Namorados Para Sempre”, indicada no ano passado), mas definitivamente ela não é Marilyn, e não a trouxe para o filme. Podem até falarem que Michelle fez uma personificação diferente, elucidou a essência de Marilyn e não uma composição com a cópia descarada da figura. Mas, convenhamos, o desafio aqui – para o bem da própria história – é vermos uma Marilyn repleta de bajuladores, no auge de sua carreira, mas passando por situações que exigem uma pressão ferrenha. Ou seja, sim, Michelle evoca uma Marilyn menos pública e mais pessoal. Porém, sua dissonância com o poderio do furação Marilyn Monroe é tão grande que não me fez envolver-se com o filme por completo.

A comentar sua indicação ao Oscar, até acho um perjúrio tê-la como finalista, ao invés de Tilda Swinton fazendo das tripas coração no ótimo “Precisamos Falar Sobre Kevin

Sobre o filme em si, nada de novo. É correto, não traz grandes novidades. Kenneth Branagh está excepcional, ao encarnar um Laurence Olivier que fica num viés entre a raiva que sente ao trabalhar com uma atriz que não cumpre horários e esquece suas falas, e, ao mesmo tempo, é mais um dos homens que ficam atraídos automaticamente quando a vê acertar em cena. O melhor do filme, eu diria, é justamente o tratamento que é dado a esse encontro. Em um momento específico, Colin Clarck resume muito bem qual é a do casal: “Laurence Olivier é um grande ator, mas quer ser uma estrela do cinema. Você [Marilyn] é uma estrela, que quer ser uma grande atriz”. Só lembrando que, na época em que se passa o filme, Laurence era casado com Vivien Leigh, a eterna Scarlett O'Hara de “...E O Vento Levou, aqui interpretada por Julia Ormond. Vivien sabe muito bem o perigo que Marilyn representa na vida dos homens, dos quais ela se envolvia com os mais paternais possíveis, e que o filme até brinca com esse fato, digamos, mais volúvel da loira.

“Sete Dias com Marilyn” é um filme mediano, mas que certamente vai agradar bastante, principalmente aos fãs de Marilyn.

3 comentários:

  1. Não é um grande filme, mas é simpático. A Michele não tem nem de longe a beleza de Marilyn, mas está bem, não faz feio, afinal Marilyn é única. Tragédia seria a Scarlett Johansson nesse papel como foi pensado inicialmente.

    O Falcão Maltês

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  2. Olá!!
    Estou doida para ver este filme. Como sou muito fã de Vivien , gostaria que você falasse como Julia Ormond está no filme. E se existe a evocação da essência de Viv, já que Ormond fisicamente também não tem nada a ver com a retratada.
    Adorei o blog!
    Um abraço
    Dani

    www.telaprateada.blogspot.com

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  3. Depois de ler a tua matéria,consegui ver o filme.Realmente como dizes'me agradou bastante'pois sou fã de Marilyn.Grande abraço meu querido.

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