terça-feira, 1 de maio de 2012

Sex and the City - O Filme [2008]


(de Michael Patrick King. Sex and the City, EUA, 2008) Com Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Chris Noth, Jennifer Hudson, David Eigenberg. Cotação: ***

Grande sucesso na TV Americana, “Sex and the City” fez história ao retratar a amizade de quatro mulheres cosmopolitas na onipresente Nova York. A série de TV, baseada no livro de Candace Bushnell, e que durou 6 temporadas entre 1998 e 2004, chegou a ser levantada como um retrato das novas mulheres balzaquianas, fashionistas e workaholics. Se isso é verdade ou não, isso depende da sua visão de mundo. Eu acompanhei - se não me engano - todas as temporadas da série (assistindo episódios aleatórios), e confesso que eu me divertia mais pelo simples fato de tudo aquilo ser irreal até para as nova-iorquinas, do que por ter tomado como um olhar aproximado de uma nova abordagem das mulheres de hoje. Visto isso, esse filme soa até desnecessário por um ponto, mas muito justificável por outro, já que era uma idéia pensada desde o momento em que a série foi finalizada (demorou pra acontecer por questões de negociação de salários), e claro, para conceder a alegria dos verdadeiros fãs do programa. E eles, eu acredito, saíram mais do que satisfeitos com o que viram. 

Isso porque o filme retoma a história alguns anos após a series finale de “Sex and the City”. Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) continua sendo uma colunista de sucesso e namorando o galante Mr. Big (Chris Noth). Só que após dez anos de relacionamento, eles decidem casar-se por uma questão de conveniência. Agora Carrie terá que mudar-se de seu pequeno apartamento, depois de viver ali por vinte anos. As suas amigas estão um pouco mais estáveis. Charlotte (Kristin Davis) está vivendo o sonho do casamento e com uma filha adotiva, a advogada Miranda (Cynthia Nixon) vive com o marido e o filho, e até a fogosa Samantha Jones (Kim Cattrall) está entregue a um relacionamento (monogâmico!) de cinco anos com um badalado modelo. Mas isso não quer dizer que não tenham seus problemas. Com exceção de Charlotte, todas elas possuem algumas pendências pessoais para resolver. E isso vai surgindo antes, durante e após a organização do casamento de Carrie, anunciada como a “última garota solteira” pela conceituada revista Vogue. 

A crise dos 40 anos nunca foi tão ridicularizada em alguns momentos. Eu, sinceramente, não acredito em discussão de valores quando os exemplos que estou vendo são mulheres que podem dar mais valor a um botox de que a um casamento feliz, ou um casamento feliz em detrimento de seus questionamentos pessoais (Charlotte vive num conto de fadas que dá pena, e dizer que NUNCA se sente triste é de uma anestesia emocional que lhe garante o título de “a resignada do quarteto”). E Carrie, que parecia ser a mais centrada de todas (já que é a mais observadora), se ilude com um casamento de holofotes, um closet gigante, e vestidos de noiva assinados pelos estilistas mais respeitados. Porém, mesmo com tanta futilidade, sim, é possível encontrar bons elementos, como, por exemplo, o tom devidamente episódico do filme. Isso, para o fã da série, é a grande sensação. E nem é preciso ver a fita para perceber isso. O diretor Michael Patrick King não tem qualquer experiência no cinema e, mesmo que tivesse, não poderia avançar mais do que o permitido em uma “adaptação”. 

O filme tem outros defeitos até gratuitos, como o preconceito com o México (nesse caso, até tem uma intenção, causar risos com uma desinteira) e com os negros. Além de reavivar as delícias de ser uma mulher rica e branca numa grande cidade, eles acrescentam uma personagem negra (interpretada pela atriz e cantora Jennifer Hudson) para servir de muleta diversificada. Ela entra, enrola, recheia a trama com mais inutilidades (ama uma bolsa de marca) e sai sem fazer falta alguma. Tudo isso pra desaguar no talvez pior defeito do filme: ser longo demais. Ter quase 2h30 de duração pode ser maçante para alguns, mas – eles de novo – os fãs nem vão sentir esse tempo passar. É importante lembrar que, a partir disso, os capítulos da série tinham vinte minutos em média. Se “Sex and the City – O Filme” queria era mesmo atingir os adoradores órfãos da série, não há mal algum nisso. É compreensível e gerou resultados, já que foi um grande sucesso de bilheteria, garantindo uma seqüência dois anos mais tarde.

E ainda dá tempo para dois avisos:

Fãs de “Sex and the City”: saibam que o filme é totalmente para você. 

Haters de “Sex and the City”: é bom saber que odiar tanto alguma coisa e, mesmo sob aviso, queira assistir o filme só pra falar mal, saiba que você também é um ser levado por uma paixão, logo, não os tornam assim tão diferente dos fãs. 

O que sobra, portanto, é um filme que não irá desvirtuar nenhuma dessas duas turmas. 

4 comentários:

  1. Eu nunca vi a série. Só conheço por "nome" mesmo. Portanto, acho que nem veria o filme, sei lá...

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  2. Eu vi e revi todos os episódios da série e com certeza o filme não faz jus e nem tem o mesmo tom. Os fãs ficaram felizes porque simplesmente puderam matar a saudade. Como contribuição e desenvolvimento, é bem fraco.

    NO segundo, eles se perderam de vez e fizeram um filme constrangedor.

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  3. Nunca vi o filme, mas gosto da série. Tem episódios antológicos.

    O Falcão Maltês

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  4. Olha, assisti esse filme com minha esposa e nos divertimos bastante. Não é uma obra-prima, nem nada, mas diverte enquanto se come uma pipoca..hehe
    A sequência eu já achei xoxa.
    Abração.

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